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“Carro fumante” vale menos.

“Carro fumante” vale menos.

O cerco aos fumantes vem sendo apertado constantemente, com a adoção de leis cada vez mais restritivas, em diversos países, com o objetivo de diminuir o número de tabagistas e os efeitos indiretos do fumo em não-fumantes. O cigarro é inclusive considerado um problema mundial de saúde, uma vez que, além de viciar, é também catalisador de várias doenças que podem levar à morte. O problema, porém,não afeta só a saúde humana. O cigarro também produz efeitos nocivos em automóveis, ambiente no qual grande parte da população passa parte considerável do tempo. O veículo que transporta ou é dirigido por fumantes fica com marcas que vão se tornando mais evidentes como tempo.

Efeitos do fumo a bordo costumam deixar marcas no revestimento dos bancos e no teto, causando prejuízos financeiros, pois esses veículos sofrem desvalorização na venda.

 

Texto de: JOÃO MONSSERRAT
Fotode: Jair Amaral
Estado de Minas

ESTOFADOS

Ricardo Pereira, proprietário da Carpetel, empresa especializada em limpeza de estofados, explica que basta abrir a porta de um carro para identificar se ele pertence ou não a quem tem o hábito de fumar. “Normalmente a pessoa que fuma nem percebe o mau cheiro, mas, quando vai vender, principalmente para um comprador não-fumante, é preciso tirar o odor”, afirma. O empresário conta que, de oito a 10 automóveis por semana, em média, são atendidos na empresa com os principais problemas identificados em carros de fumantes: mau cheiro, tetos amarelados e bancos furados.  Segundo Ricardo, a limpeza interna de veículos submetidos aos efeitos do cigarro deve ser feita de seis em seis meses, ou uma vez por ano, “dependendo da freqüência de uso do automóvel e da quantidade de cigarros que o condutor fuma”, recomenda.

AR-CONDICIONADO

O empresário conta ainda que uma outra forma de identificar se o carro é usado por fumantes é ligar o ar-condicionado, pois o sistema tem filtro e tubulações que retêm o odor. Paulo Fidelis, sócio do Centro Automotivo Pingüim, concorda que o cheiro de cigarro é facilmente perceptível com o uso desse equipamento. “A fumaça do cigarro no ar-condicionado não é pior que a própria fumaça  em si, mas, pelo fato de as janelas estarem fechadas durante a utilização do acessório, o cheiro se torna acentuado”, afirma. Porém, segundo Fidelis, o fumo não interfere no bom funcionamento do equipamento. “Não é necessária a higienização, por exemplo, especificamente por causa do cigarro”, explica.

DESVALORIZAÇÃO 

Para Ricardo Machado, parceiro comercial da ADM Veículos é fácil perceber se o veículo transportou, ou foi dirigido por fumante durante muito tempo, por causa dos furos nos bancos (provocados pelas brasas) e o próprio cheiro, que fica impregnado. “Tudo se resolve em um carro. Se tiver odor de cigarro, vamos cobrar do proprietário para resolver a questão, pois temos que levar a um lava-jato, para fazer uma limpeza bem-feita”, explica. Machado informa ainda que, se um carro chegar à concessionária com problemas causados pelo fumo, é comprado do proprietário com desconto, para que a questão possa ser resolvida. “Se um carro chegar aqui com furo no banco, por exemplo, temos que abater no preço da compra, para poder fazer o conserto”, afirma.